Marcas com aquele 1% de representatividade
PingPlayers, o setembro azul chega ao fim, mas não esqueçam que a nossa luta continua, hein?!
Gente, na semana passada eu comentei que estava cansada de ver a diversidade ser usada apenas como um recurso de marketing, E não é que agora tenho números para provar? Venham aqui que a tia vai te contar tudin para vocês.
Nas minhas pesquisas, encontrei dados bem interessantes em dois estudos.
O primeiro estudo, divulgado em agosto deste ano, foi realizado pela Elife com a SA365, durante todo o ano de 2020. Com foco na “Diversidade na Comunicação de Marcas em Redes Sociais”, a pesquisa analisou o Instagram e o Facebook dos 20 maiores anunciantes brasileiros e mostra que:
Além desses dados comparativos da média da população versus a presença nas redes das marcas, vou resumir a pesquisa aqui para vocês, ó:
Pessoas Negras:
Os negros foram representados em 38% dos anúncios publicitários
Desses anúncios, 48% foram feitos por marcas do segmento financeiro, seguidas por marcas dos segmentos de higiene e beleza e cerveja.
Pessoas LGBTQIA+:
Aparecem em 3% dos anúncios analisados
O maior índice de postagens acontece no Mês do Orgulho Gay e na época natalina, que elevam a presença desse público.
O varejo soma 11% das publicações, sendo que as bebidas alcoólicas representam 5% do total de posts
Pessoas com deficiência ou PCDs
Estão representadas em apenas 1% das publicações analisadas no estudo
Dos 10 segmentos analisados, apenas 4 tiveram pessoas com deficiência representadas na comunicação das suas redes sociais. Entre os segmentos estão o financeiro (59%), seguido por higiene pessoal e beleza (24%), automotivo (12%) e alimentos (6%)
Confesso que não esperava muito. Mas mesmo assim, fiquei chocada com tamanha disparidade. O pior é que esses números possuem maior índice de postagens em épocas específicas, ou seja, datas importantes para a luta desses grupos (como o dia do Orgulho Gay ou o setembro Azul, por exemplo) ou no período de Natal.
Calma, que ainda não acabou!
O segundo estudo, realizado pela Nielsen, diz respeito a publicidades veiculadas na TV dos Estados Unidos. E olhem só a coincidência: apenas 1% da publicidade na televisão inclui pessoas com deficiência.
De acordo com o estudo, mais da metade dos anúncios norte-americanos que incluíam deficiências se enquadram na categoria de saúde e cuidados pessoais, oriundos maioritariamente de empresas farmacêuticas.
Vocês acham que esse quadro muda aqui no Brasil? Eu acho que não. Corrijam-me se eu estiver equivocada, por favor.
Depois de ler tudo isso, vocês acham que eu fiquei mais calma? Lego engano!!!
Estou superirritada com o fato de a grande maioria das marcas, infelizmente, não ver as pessoas com deficiência como um público consumidor, mas sim como uma oportunidade de “surfar na onda” e ganhar prêmios de marketing, esquecendo-se de criar vínculos verdadeiros com essas comunidades.
As marcas, tanto as citadas nos estudos como muitas outras, só criam uma relação superficial e essa questão é MUITO séria!
As marcas precisam ter uma visão mais ampla, deixar velhos esquemas e paradigmas para trás e ajudar a aumentar a visibilidade de temas que sejam realmente importantes durante TODO O ANO, além de, claro, incorporarem isso de verdade dentro das empresas e sua comunicação.
Se precisarem de ajuda, falem com a tia aqui. Estou sempre pronta para ajudar. Mas ó, fica a indireta aqui: Não se esqueçam de que o pior cego é aquele que não quer ver, tá?
💬 Notícias Importantes do Sul, tchê!
Esta semana o Sul me chamou muito a atenção. Tem gente do Sul por aqui? Deem um alô!
Vamos começar com a linda Curitiba onde o jovem João Pedro criou a Veever, uma tecnologia capaz de traduzir objetos e imagens em mensagens de áudio para quem não pode ver. Esse sistema gratuito conecta locais, transportes e pessoas, por meio de seus smartphones que conversam com pequenos aparelhos instalados em espaços físicos a partir da tecnologia de Bluetooth. Já tem gente usando e adorando e eu já torço para ganhar o Brasil todo.
Na charmosa Porto Alegre, empreendedoras lançaram um curso de costura em LIBRAS. O workshop é o primeiro oferecido pelo Ateliê Mhel, que tem como objetivo resgatar o propósito da moda, indo na contramão das produções em série e das roupas padronizadas. Agora se preparem porque o curso é on-line! Eba! Eu já vou me inscrever e, para facilitar para vocês, vou colocar o link de cadastro aqui
💬 Dicas de filmes
Por último, vocês viram o super lançamento especial de ontem na plataforma?
O filme “O Silêncio da Chuva” entrou em cartaz nos cinemas e também na PingPlay com acessibilidade!! Uhul!!!
Eu não poderia estar mais feliz, gente! Este mês foi recheado de super lançamentos especiais para vocês não perderem nenhuma novidade do cinema. Logo vamos ter mais, hein?
Fiquem de olho e acompanhem a tia aqui :)
Ah, tem dois novos filmes entrando na plataforma hoje:
Além do Homem
Detroit em Rebelião
Tem um resuminho personalizado por mim no Instagram e o trailer está disponível no site. Ambos com recursos de acessibilidade.
ERRATA: Gente, quero pedir desculpas pela informação errada que pasei na semana passada. Eu comentei com vocês que a LIBRAS é reconhecida como segunda lingua oficial do Brasil, mas não é. Na verdade ela é sim considerada um meio de comunicação legal. Desculpem a tia, vai!
Nos vemos na semana que vem, PingPlayers!
Divirtam-se e me marquem nas redes com a nossa hashtag #FilmesParaTodosVerem
Beijinhos pingados